Por meio dessa emissão, os Correios divulgam importantes espécies de formigas presentes na fauna brasileira: a saúva-limão, a lava-pé, a tecelã e a formiga-de-estalo.
Saúva-limão
A saúva-limão (Atta sexdens Linnaeus, 1758), ocorre em todo o território brasileiro, variando de acordo com as características regionais, como o clima, tipo de solo e a vegetação.
As saúvas apresentam uma das sociedades mais complexas entre os insetos. Na colônia, sempre estão presentes a rainha e milhares ou milhões de operárias de diferentes tamanhos, com funções diferentes.
As menores formigas cuidam da cria e as maiores (os soldados) defendem a colônia. As intermediárias escavam o sauveiro e coletam as folhas.
Na maior parte do Brasil, no final da primavera ou início das chuvas, aparecem as formigas com asas. São as formas reprodutoras.
Os machos são denominados bitus e as fêmeas, içás ou tanajuras. O acasalamento se dá no ar, e é chamado vôo nupcial. A içá acasalada retorna ao solo, recorta as asas e funda um novo sauveiro.
Essas formigas também possuem um dos mais complexos sistemas de simbiose. Elas cortam material vegetal fresco (verde) e transportam para o ninho, sobre o qual cultivam um fungo específico que utilizam
como alimento. Outros micro-organismos participam desse sistema, auxiliando na alimentação ou na defesa do ninho contra a infestação por organismos não desejáveis.
No folclore do Brasil do século XVIII eram chamadas de “Rei do Brasil”, expressão utilizada para indicar que elas mandavam na lavoura, permitindo o crescimento de algumas plantas e cortando outras.
Lava-pé
A formiga lava-pé ou lava-pés (Solenopsis saevissima Smith, 1855 e Solenopsis invicta Buren, 1972), também é chamada de formiga-de-fogo na região Norte do país. O nome popular explica-se devido
às ferroadas levadas ao se pisar no formigueiro. O seu veneno causa forte dor e queima como fogo, o que é amenizado ao lavar os pés, mas não elimina o risco de ocorrer uma reação alérgica.
Sua importância para o ambiente é grande, por ser um dos principais predadores na superfície do solo, utilizando outros insetos vivos ou mortos para a sua alimentação. Quando matam um grilo, por exemplo, as operárias o repicam em pequenos pedaços, levam para o ninho e oferecem para as larvas comerem. Elas ingerem, digerem e regurgitam uma parte líquida para alimentar as operárias e a rainha.
É comum encontrar ninhos de lava-pé em gramados que são reconhecidos por formarem pequenos murundus (monte de terra solta), principalmente na época de chuvas. Originária da América do Sul, Solenopsis invicta foi distribuída acidentalmente pelo comércio para várias partes do mundo.
Áreas alteradas pela atividade humana apresentam maior densidade dessa formiga. Vários vilarejos da Amazônia Brasileira precisaram mudar de lugar devido a explosão populacional de lava-pé, causada pela derrubada da floresta e posterior acúmulo de lixo orgânico.
Formiga Tecelã
As formigas-tecelãs ( Camponotus senex textor Forel, 1899) constroem seus ninhos com fios de seda trançados entre as folhas e galhos de árvores. A seda é produzida por suas larvas que, por não se locomoverem sozinhas, são carregadas pelas operárias (formigas adultas) entre as mandíbulas e soltam os fios, tecendo os ninhos.
Apesar da ausência de ferrão, são muito agressivas, utilizando as mandíbulas para se defenderem. Um pequeno movimento na árvore é suficiente para agitar a colônia, fazendo com que muitas operárias
ataquem os intrusos. A planta que tem um ninho dessas formigas fica livre de outros insetos danosos, constituindo um autêntico controle biológico de pragas.
No alto das árvores, os ninhos são parecidos com os de vespas, e são mimetizados ainda mais quando tocados, pois as formigas emitem um som imitando aqueles insetos. No mundo existem 15 espécies que
constroem seus ninhos de seda, mas Camponotus senex textor possui ninhos enormes com mais de um metro de comprimento.
Formiga-de-estalo
A formiga Odontomachus bauri (Emery, 1881) é encontrada desde a América do Sul até as ilhas do Caribe na América Central, em ambientes secos e quentes. Seus ninhos podem ser encontrados no chão (embaixo de troncos podres) ou em bromélias sobre as árvores e abrigam de dezenas a centenas de indivíduos.
Elas caçam insetos vivos ou recém-mortos no chão das matas ou na copa das árvores e os levam para dentro dos ninhos para alimentar suas larvas. Para isso, utilizam suas poderosas mandíbulas, que funcionam como uma mola, acumulando energia enquanto estão abertas e fechando com uma velocidade de cerca de 100 Km/h em menos de 1 segundo, para prender uma presa ou agarrar um inimigo.
O inseto capturado vivo pode ficar preso entre as mandíbulas ou até mesmo ser esmagado até a morte.
São chamadas de formiga-de-estalo porque o movimento de fechamento das mandíbulas produz o som de um estalo, característico de formigas do gênero. Quando não conseguem agarrar a presa ou precisam fugir de um predador, batem uma mandíbula contra a outra, projetando-se para trás a uma distância cerca de 20 vezes o tamanho de seu corpo.
Além das mandíbulas, as formigas-de-estalo possuem um ferrão na região posterior. O veneno injetado pode causar a paralisia ou morte, dependendo do tamanho do inseto. Crianças ou adultos podem ser ferroados várias vezes ao tentarem manipular essas formigas, sofrendo com a vermelhidão, dor intensa e inchaços locais.
A quadra é composta de um se-tenant, no qual quatro espécies de formigas aparecem em destaque, uma em cada selo, em cenário integrado. No primeiro selo tem-se a formiga-tecelã, segurando uma larva em sua mandíbula, utilizando-a para tecer o formigueiro. Ao fundo, é representado o ninho em um galho de árvore. No selo do lado superior direito encontra-se a imagem da formiga-de-estalo com suas mandíbulas abertas, em posição de ataque. O terceiro selo traz a saúva-limão cortando uma folha com suas mandíbulas. O último selo mostra a formiga lava-pé, soltando feromônios, com o ferrão apontando para cima. Ao fundo, o monte de terra característico do formigueiro dessa espécie, o murundu. Em todos os selos foi aplicado verniz UV posicionado sobre cada formiga, e os nomes das espécies foram impressos
em microletras. A técnica utilizada foi pintura digital.
Arte: José Carlos Braga
Processo de Impressão: ofsete + verniz UV
Folha: 24 selos, sendo 6 quadras
Papel: cuchê gomado
Valor facial: 1º Porte Carta Comercial cada selo
Tiragem: 900.000, sendo 225.000 de cada motivo
Área de desenho: 44mm x 26mm
Dimensão do selo: 44mm x 26mm
Picotagem: 11 x 11,5
Data de emissão: 5/6/2013
Peça filatélica: cartão-postal
Tiragem: 13.000 mil
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2016
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